Projeto "liberta" 5 mil livros nas ruas em dois anos

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O Estado de S. Paulo – 23/05/2010 – Por Márcia Vieira e Clarissa Thomé

A ideia nasceu de um projeto americano, o Book Crossing. Você deixa um livro em qualquer lugar público. Caso encontre um exemplar, pega, lê e depois passa adiante. O Book Crossing ganhou fôlego em mais de cem países, até no Brasil. Mas um grupo de cariocas decidiu ampliar a corrente e criou o Livro de Rua. O movimento não só deixa livros em lugares públicos, como também instala as “bibliotecas da liberdade” em lugares carentes. “O Book Crossing é uma ótima ideia, mas os livros acabam só circulando em áreas mais nobres, onde as pessoas têm acesso a livrarias e bibliotecas. Acaba sendo um grande clube do livro”, pondera Pedro Gerolimich, de 28 anos, um dos idealizadores do Livro de Rua. “Queremos democratizar o acesso à leitura.” Nas “bibliotecas da liberdade” não há burocracia. Qualquer pessoa pode levar quantos livros quiser. Não precisa mostrar documento de identidade nem fazer cadastro. Ninguém é obrigado a devolver os exemplares. O único compromisso é passar o livro adiante ou deixar em lugar público. O lema do projeto é a “libertação” dos livros. Em Duque de Caixas, foram libertados 500 livros. Em Anchieta e Pavuna, outros 700. Numa tarde de sol no calçadão de Copacabana, ao lado da estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade, foram entregues outros mil livros. Todos tinham sido doados pelo site www.livroderua.com.br. “O livro serve para que as pessoas possam ler e não para ficar em uma estante. Ele tem de circular. Já libertamos 5 mil livros em quase dois anos”, diz Gerolimich.